Avenida do Mar e das Comunidades Madeirenses


Avenida do Mar (anos 50)
📷  Arquivo e Biblioteca da Madeira - Museu de Fotografia da Madeira - Atelier Vicentes  📷
A Avenida do Mar e das Comunidades Madeirenses é um eixo viário da cidade do Funchal que na sua génese existe desde os primórdios da povoação, no século XV, mas que apenas foi lançada na década de 40 do século XX.

por: Paulo Camacho

Na origem do nome, não serão precisos muitos considerandos para dizer que se deve â dimensão do imenso mar que bordeja a avenida ao longo de toda a sua extensão, a sul.

No fundo, a cidade do Funchal nasceu, cresceu e organizou-se junto a áreas onde predominava a água: o oceano e as ribeiras. Para o bom e para o mau, a capital da ilha da Madeira está ligada a ambos.
Como alguém disse um dia são como uma imagem de marca do Funchal. Acrescentaria que é igualmente um factor distintivo da cidade.

A construção da Avenida do Mar fez com que a foz das três ribeiras que desaguam na cidade (de leste para oeste: João Gomes, Santa Luzia e São João) fossem cobertas. Hoje voltam a estar descobertas.
No caso concreto da ribeira de São João não só chegou a ser parcialmente tapada na foz como construíram sobre o seu percurso final a Rotunda do Infante e, mais tarde, o Edifício Infante.

A Avenida do Mar e das Comunidades de hoje tem cerca de 1.300 metros de comprimento. Vai desde os jardins do Almirante Reis, na Zona Velha, à rotunda Sá Carneiro.
Pelo caminho, atravessa a Praça da Autonomia.

1937
A designação Mar na avenida persistiu até a década de 80, altura em que passa a ter a designação de Avenida do Mar e das Comunidades Madeirenses. Um acréscimo que pretende homenagear as comunidades madeirenses espalhadas por diversas partes do mundo, muitos idos precisamente por mar.
Não há muitos anos, aí por 1987, a Avenida do Mar foi alargada.

Nessa altura, deixou de existir um prolongamento peculiar do Sunny Bar, que tinha uma explanada entre as duas faixas de rodagem da avenida, e os empregados quase que faziam tangentes aos veículos que passavam. No final de 2019, o café fechou. No seu lugar surgiu o prolongamento do Mcdonalds.
1949
Por outro lado, foram encontrados vestígios do Pilar de Bânger. Voltaram a ser encaixados e hoje, o que restou da emblemática edificação concluída em 1798 pode ser visto a sul da avenida, a alguns metros para leste do cais da cidade. No entanto, já antes desse “achado”, algumas pedras tinham sido levadas para a Quinta do Palheiro Ferreiro.
O Pilar de Bânger tinha 30 metros de altura e cerca de 3 metros de diâmetro. Inicialmente servia para o transporte de mercadorias entre os barcos fundeados e terra e ainda como sentinela. Depois, foi posto de sinais para a navegação pela Blandy.
Curiosamente, a avenida, cujo alargamento permitiu a sua recuperação, foi a responsável pela sua demolição em 1939. Foi deitado a baixo para construir a Avenida do Mar.

A nível do património edificado na avenida, podemos dizer que é diverso.
Começamos pela Empresa Electricidade da Madeira.
Depois, temos edifícios como a Alfândega do Funchal, a Capitania do Porto do Funchal, a GNR, a Assembleia Legislativa da Madeira (construída na antiga alfândega) e o Palácio de São Lourenço.
Existem ainda outros edifícios onde se encontram departamentos do Governo Regional, uma boutique de pão, e outros espaços comerciais e ainda estacionamentos.

Tradutor

Ruas do Funchal

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O blogue Ruas do Funchal surgiu pelas interrogações que os nomes não me revelavam.

A dificuldade era grande para conhecer o que estava para além do retângulo preto e letras brancas.

Daí surgiu o desejo de conhecer o que esconde cada nome de rua, de avenida, de praça, de lugares da cidade capital da ilha da Madeira. Os espaços que interligam lugares.

Recolhi informação dispersa e produzi.

Continuam a existir realidades desconhecidas que se terão perdido no tempo. Obriga a uma busca persistente, procurando peças de um grande puzzle. Tudo para resultar em mais uma revelação em prol da cidade do Funchal. Cada post é o resultado de muita pesquisa em várias fontes.

As histórias que aqui pode ler e ver em Ruas do Funchal ainda são poucas em relação ao número de arruamentos existentes na cidade. Tenho material para avançar com mais posts, mas exige o tempo que não tenho.

Além da componente escrita, existem fotografias antigas com as quais quero fazer a ponte entre os anos e mostrar vivências dos lugares que hoje conhecemos.

As fotografias, sobretudo as antigas, transportam-nos para épocas que marcaram vivências de um povo que soube caminhar, pese embora, algumas vezes, destruindo história, não a deixando chegar às gerações seguintes.

Este blogue é um lugar único. Reúne a história dos nomes.

O projeto é contínuo, assente num rumo onde o caminho se faz passo a passo.

Paulo Camacho

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